Empresa de metrologia, em Leiria, trabalha em todos os setores da indústria metalomecânica e já com várias multinacionais de referência de forma direta. Devido à tecnologia incorporada, consegue detetar erros em peças em apenas segundos, proporcionando assim modos de correção quase imediatas.
“Metrologia é o controlo dimensional das peças que saem de uma máquina de produção para validar uma determinada peça/processo com o objetivo de o cliente aceitar ou não. Hoje é a principal comunicação que há entre cliente e fabricante”. A explicação é dada por Hélder Morais, engenheiro e gerente da Micronsense.
É que a Micronsense, sediada em Regueira de Pontes, Leiria, é aquela a quem os pequenos e os grandes recorrem quando têm um problema. Normalmente trabalha com a indústria da metalomecânica, mas não só: automóvel, aeronáutica, eletrodomésticos, médica, moldes para calçado, maquinação em série e relógios.
Com a tecnologia que tem, até as multinacionais procuram a Micronsense. E por tecnologia estamos a falar de raio-x e tomografia computadorizada, que a empresa foi pioneira em aplicá-la a esta área. “Temos dois equipamentos para isso, há três anos, onde fazemos a análise a peças, de defeitos internos da própria peça e estudos de montagem em assemblies complexos – fomos inovativos na interação desta abordagem com o processo de fabrico e desenvolvimento”, explicou Hélder.
Em termos práticos, o que isto significa? “Na área dos conetores para a indústria automóvel, que são peças muito pequenas e minuciosas, a tomografia exerce um papel fantástico na parte de otimizar o molde para ver que correções implementar. Conseguimos obter todo o volume da peça e os desvios reais e assim dar ao fabricante os dados para as alterações. Com este processo garantem-se otimizações muito relevantes no desenvolvimento de moldes, algo que se traduz em muito dinheiro e melhores prazos”, respondeu.
A otimização do processo e do tempo é essencial na indústria. Tal como a identificação rápida das causas dos problemas. A metrologia tem um papel crescente, sendo já um pilar fundamental. “Há empresas que vêm ter connosco para resolver problemas muito complicados. Por
exemplo, há uma que faz auto-rádios e, no produto final, dois botões simétricos tinham sensibilidades diferentes. O cliente final não aceitou este defeito e para identificar a causa e qual tinha sido o fornecedor, o scan, pela imagem 3D obtida com o raio-x, identificou-a. E resolveram rapidamente, de forma objetiva”.
É muito comum a aplicação destas tecnologias na identificação de defeitos internos, não visíveis pelo exterior, em peças consideradas de segurança, como pedais de automóvel ou zonas de airbag. Todos os dias aparecem desafios novos, de empresas dos mais diversos quadrantes da metalomecânica convencional, mas também menos habitual, como é o caso da indústria de relojoaria.
“Ao nível da responsabilidade social, temos colaborado com fabricantes no apoio na identificação de causas de falhas, como o caso de um painel de controlo que se incendiou num país do mercado europeu e foi na Micronsense que se determinou de que componentes e respetivos fabricantes provinha a causa. Se não fosse isto, nunca conseguiam ver”, frisou o gerente.
Descrito assim até parece fácil. Mas é fruto da qualificação e experiência da equipa de 18 pessoas que compõe a Micronsense. “Somos uma equipa composta por engenheiros da área mecânica e eletrónica. Estamos a lançar agora quadros com mais qualificações na investigação, na busca de soluções onde convencionalmente ainda não se apliquem as metodologias da metrologia. E temos duas pessoas que vão a empresas de norte a sul do país, de todos os setores, para perceber as suas problemáticas e estudar possíveis soluções”.
Além dos seus laboratórios internos, a Micronsense – criada em 2011 – também comercializa equipamentos e dá formação a futuros profissionais, em colaboração com instituições de ensino superior e escolas profissionais.
O que esperar do futuro de uma empresa cuja área de atuação continua a ser maioritariamente Portugal? “Portugal tem-se revelado bom num determinado tipo e dimensão de empresas, é para elas que nos preparamos, acompanhando os seus desafios e sendo versáteis, elásticos e rápidos na adaptação e apreensão de conhecimentos. Queremos ser uma plataforma de referência para as empresas, no conhecimento da metrologia em Portugal. O mercado vai crescer e estamos muito bem preparados para corresponder”, concluiu Hélder Morais.