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1 de Abril. Relembre as principais mentiras que foram ditas sobre o coronavírus

Tradicionalmente o dia 1 de abril é conhecido por ser o dia das mentiras. Com alguma normalidade contam-se mentiras aos amigos, fazem-se partidas e até a comunicação social entra na brincadeira, com algumas fake news nas suas publicações. Infelizmente fake news e falsos testemunhos não aparecem apenas no dia 1 de abril e a IN Corporate Magazine preparou um apanhado de algumas falsas notícias que circularam pela internet e pelos meios de comunicação social nas últimas semanas, relativamente à COVID-19.

Uma das mentiras que deve ser logo alertada está relacionada com a medicação. No início do surto haviam convicções que remédios que reduzem o poder do sistema imunitário devem ser evitados, entre eles o paracetamol, medicação para diabetes e outras doenças crónicas. Esta afirmação não podia ser mais falsa uma vez que o paracetamol é utilizado na luta contra a COVID-19 e todos os medicamentos alusivos a doenças crónicas devem ser mantidos.

Também ainda numa fase inicial, afirmaram que o novo coronavírus não atingia crianças, uma realidade que já está desmentida com factos, uma vez que já houve vitimas mortais menores de idade. Ainda assim o principal grupo de risco e com maior taxa de mortalidade são os idosos. No sentido inverso temeu-se que os animais também poderiam estar infetados pela COVID-19, o que também não é verdade. Nenhum dado cientifico aponta que um animal possa contrair este vírus.

Como o novo coronavírus tem sido comparado à gripe sazonal, muitas pessoas começaram a acreditar que a vitamina C seria uma ótima forma de combater o avanço da pandemia, embora na verdade nenhuma vitamina consiga impedir a propagação do vírus, seja no nosso corpo, seja no das outras pessoas.

Os sintomas e o desenvolvimento da doença também tem despertado a imaginação de muitas pessoas, sendo comum pensar-se que o período de incubação do vírus centra-se entre os 20 dias, quando na verdade são entre cinco a 14 dias, dependendo as idades e com variações entre cinco dias de diferença.

Ao dia de hoje ainda é recorrente a partilha de mensagens indicando que a COVID-19 permanece na garganta quatro dias, até surgir a primeira tosse e as dores de garganta. E a solução é simples, beber água morna e gargarejar, juntando vinagre e sal, eliminando logo o vírus. Uma afirmação totalmente falsa e em caso de sintomas, faça o rastreio nos devidos centros.

Continuando nas mentiras mais comuns, tosse e febre significam que os nossos pulmões estão com fibrose a 50% e que não há margem de salvação. Nenhum destes sintomas comprova estado de fibrose e alguns dados chineses demonstraram que em 30% dos casos de COVID-19 existe perda pulmonar, podendo ser ou não reversível.

No mundo das fake news nestes dias tem circulados áudios de supostos profissionais de saúde a descrever o horror que acontece nos hospitais durante a pandemia e falsos decretos-lei aparecem online todos os dias, nomeadamente do estado de emergência, muito antes de Marcelo Rebelo de Sousa o ter decretado em público.

Um estudo da East StratCom , analisando desde o final de janeiro até esta semana os principais conteúdos evidenciados na comunicação social, reporta mais de 110 casos de fake news relacionadas com o novo coronavírus, sendo que há medida que o tempo passa, o conteúdo falso é propagado de forma mais intensa, sobretudo pelos meios de comunicação sociais a favor do regime russo.

Num mundo envolto em teorias da conspiração há quem acredite que tudo isto não passou de uma artimanha do governo italiano para arrecadar dinheiro à União Europeia, ou de que o vírus foi produzido com o objetivo de reduzir o número de população na Terra. O East StratCom refere ainda que circulam notícias de que indicam que a pandemia é fictícia, mas que procura impor uma “vacinação forçada”, para introduzir um chip que servirá para controlar as pessoas.

Uma das principais notícias que surgiram esta semana e que este grupo divulga, prende-se com o facto de que a COVID-19 irá levar a União Europeia ao colapso.

A agência Lusa a propósito da propagação de falsas notícias, entrou em contacto Johannes Bahrke, porta-voz do executivo da Comissão Europeia para a área digital, que em declarações à agência confessou existir preocupação de “que algumas dessas informações possam causar danos aos cidadãos”.