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Plataforma de Jorge Sampaio vai ajudar 300 estudantes

Foto de: www.visao.pt Artigo: https://visao.sapo.pt/atualidade/politica/2021-09-10-morreu-jorge-sampaio-um-lutador-pela-liberdade-oito-momentos-decisivos/

A Plataforma Global para o Ensino Superior, concebida por Jorge Sampaio, o antigo presidente da República, inicialmente para ajudar estudantes sírios, vai ser replicada, envolvendo dez países e irá ajudar 300 estudantes em três anos.

A secretária-geral da Plataforma, em entrevista, avançou que se trata de uma “via verde para o ensino superior nas emergências” e que o projeto, que tem vindo a ser trabalhado nos últimos anos, foi apresentado recentemente à União para o Mediterrâneo (UpM).

De acordo com Helena Barros, o projeto foi aceite e adotado pelos 42 países integrantes da organização intergovernamental, que conta com os 27 Estados-membros da União Europeia e outros 15 países das costas sul e leste do mediterrâneo, na promoção do diálogo e da cooperação.

“Que o projeto tenha sido adotado por 42 países significa que tem mérito, tem sentido e é oportuno”, sublinhou a secretária-geral da Plataforma, acrescentando que desta forma é possível implicar mais as instituições europeias que são parte do processo da UpM e daí “tentar algum contributo financeiro”.

Trata-se de alargar a estes dez países o que tem vindo a ser feito em Portugal desde 2013 e que permitiu que cerca de 300 estudantes acedessem ao ensino universitário através de bolsas de estudo.

A ideia para já ainda está na fase inicial, e faltam os 7,5 milhões de euros orçamentados para o seu arranque, mas o trabalho que está em marcha é com o objetivo de o conseguir pôr a funcionar o mais rápido possível.

Os dez países que fazem parte deste mecanismo de resposta rápida para o ensino superior nas emergências são Portugal, Espanha, França, Itália, Polónia, Marrocos, Egito, Jordânia, Líbano e Turquia, cada um para receber 30 estudantes.

Helena Barros considera que o propósito de ser um mecanismo de resposta rápida é o de atuar de forma rápida cada vez que houver uma crise sem ter de começar tudo do zero.

A plataforma estará acessível não só às pessoas que tenham estatuto de refugiado, mas a todos os que foram afetados por uma emergência ou uma crise humanitária.

A responsável considera que ainda faltam acertar alguns pormenores com a UpM sobre a data de arranque.

A forma de funcionamento deste mecanismo de emergência seria idêntico ao da Plataforma que opera em Portugal, a começar pelo contacto com as universidades para que sejam parceiras e fiquem responsáveis pela atribuição das propinas, enquanto a Plataforma fica responsável pela bolsa de estudos, que inclui uma verba para alojamento, subsidio mensal para cobrir as despesas da vida do estudante, além do material de trabalho, formação linguística ou outras aulas que melhorem as capacidades dos estudantes em responder às necessidades do mercado de trabalho.

A responsável considera que com o projeto aprovado pela UpM, a Plataforma vai olhar para o processo de implementação e identificar as metas e traçar um calendário. Na segunda fase do processo será necessário rever, em cada um dos 10 países, quais as universidades interessadas em participar e, paralelamente, garantir os fundos necessários.

Acrescentando que, independentemente da participação de Portugal nesta plataforma, os concursos para a Plataforma Global para o Ensino Superior são para continuar.

A secretária-geral da Plataforma disse também esperar conseguir lançar em janeiro um fundo solidário para a juventude (YES FUND — Youth Educational Solidarity Fund), cujo financiamento será garantido a partir da própria comunidade educativa e em que vai ser pedido a cada um dos 235 milhões de estudantes universitários mundiais que contribuam com o que puderem.