Cultura | Património

As novidades editoriais que chegaram com setembro

Setembro é sempre um mês de recomeços e de regressos, seja ao trabalho e/ou aos estudos. Muitas pessoas encaram esta chegada quase como se uma nova etapa se estivesse a iniciar. Nas editoras D. Quixote e Tinta da China, a rentrée traz novidades editoriais e nós apresentamos algumas em jeito de sugestão para os que apreciam uma boa leitura.

Por parte da editora D. Quixote, o primeiro livro que apresentamos é o “Cidade da Vitória”, de Salman Rushdie, com tradução de José Teixeira de Aguilar. Este romance conta a história de uma rapariga de nove anos, que tem um encontro divino que altera o curso da narrativa. Depois de assistir à morte da mãe, Pampa Kampana, dominada pela dor, torna-se o veículo de uma deusa, que começa a falar pela sua boca. Concedendo-lhe poderes que estão para lá da compreensão de Pampa Kampana, a deusa diz-lhe que ela será determinante no surgimento de uma grande cidade chamada Bisnaga – «a cidade da vitória» –, a maravilha do mundo.

A segunda proposta da D. Quixote é o “Zuckerman Libertado”, um livro de Philip Roth, com tradução de Francisco Agarez. Esta obra conta a história de Nathan Zuckerman, que, com o sucesso estrondoso do seu romance “Carnovsky”, se vê catapultado para as luzes da ribalta literária. Quando se aventura pelas ruas de Manhattan, vê-se cercado por todos os lados, alvo de admoestadores, conselheiros, aspirantes a críticos literários e – o pior de tudo – admiradores, que veem nele o sátiro ficcional de si próprio, Gilbert Carnovsky. O problema adensa-se graças à incompetência que apresenta enquanto celebridade, ao ínfimo à vontade com a fama recente e ao facto de não saber bem como conseguir estar à altura da notoriedade da sua criação ficcional.

A editora Tinta da China assinala o centenário de Natália Correia, com um livro da escritora a juntarse à coleção de poesia dirigida por Pedro Mexia. Trata-se de “O Anjo do Ocidente à Entrada do Ferro” e, de acordo com o poeta, Natália Correia, quando esteve na América, “não gostou do que viu e descobriu que era europeia, título de um livro seu de 1951”. Passados 20 anos, “na sequência de viagens a cidades europeias, entusiasma-se com a beleza e a natureza, o cosmopolitismo e a liberdade (estávamos em 1973, à beira de voltarmos a ser «apenas» europeus), mas inquieta-se com o economicismo, a tecnocracia e a homogeneização, motivos que a levariam mais tarde a tornar-se «euro-céptica». À porta dos 50 anos, Natália pergunta «mas então não sabiam que isto dos continentes / está sempre a deslizar», enquanto nos mostra, voraz, catedrais e cruzadas, impérios e aeroportos, valsas e vaticanos, Ulisses e o turismo, Beethoven e o minotauro, Goethe e Guilherme Tell, Sissi e os nazis, deuses e destroços”, conta Pedro Mexia.

Estas são só algumas das opções que podem ser encontradas nas livrarias, desde o início do mês de setembro. Como dizia Aristóteles, “a leitura é o caminho mais curto para o conhecimento”.