Célia Santos, que iniciou a carreira profissional a desempenhar funções “não muito ligadas à contabilidade”, passou a exercer na área em 2006 e licenciou-se em Contabilidade e Finanças. Hoje em dia, é diretora da GDI Consulting, e fala-nos de uma área “em constante mutação”, o que a torna “verdadeiramente estimulante”.
Trabalhar nesta área nunca foi algo pensado por Célia Santos. No entanto, em 2010 integrou a equipa da Anadias Contabilidade, como colaboradora, e nove anos depois tornou-se sócia. Nesta altura, a empresa mudou de nome e passou a designar-se GDI Consulting. Em 2020, a outra sócia e fundadora deixou a direção e foi Célia Santos quem a assumiu. “Posso dizer que o percurso se tornou um processo natural, tendo em conta o envolvimento que se foi criando entre mim, a empresa e os clientes ao longo dos anos”.
Na visão de Célia Santos, trabalhar numa empresa de contabilidade acaba por ser muito mais do que a contabilização de documentos e o cumprimento de obrigações da competência exclusiva do contabilista certificado. Acaba por conduzir a uma sequência de eventos que não são passíveis de ser dissociados da vertente pessoal. “Mais do que trabalhar com números, trabalho com pessoas”.
Profissionalmente, evoluiu e formou-se na empresa, acompanhou e participou na criação e no crescimento de algumas empresas. Mas considera ter aprendido muito também enquanto pessoa. “Sempre me senti parte integrante das empresas clientes, sempre me senti ‘em casa’ e motivada e
apesar da área ser extremamente desafiante, de existirem dias verdadeiramente desgastantes, também é uma área em constante mutação e isso é verdadeiramente estimulante”.
Considera que a maior motivação para ter assumido a direção da empresa foi a relação de reciprocidade e empatia com os clientes.
“Uma mulher realizada e segura do seu valor será sempre uma mulher inspiradora“
No seu ponto de vista, “liderança é um processo que se trabalha todos os dias”. A assertividade, a coerência e o “saber fazer” são, para si, características fulcrais para melhor gerir uma empresa, a todos os níveis. “Um líder tem de estar próximo e distante ao mesmo tempo para poder, exatamente, promover o exercício da assertividade”.
O facto de existirem cada vez mais mulheres a liderar e com poder de decisão orgulha e motiva Célia Santos. “Seria maravilhoso que as mulheres pudessem, definitivamente, aceitar que o facto de ser mulher não é condição impeditiva de nada, assim elas queiram muito atingir determinado objetivo. Uma mulher que opte por ser apenas cuidadora da família será tão inspiradora quanto uma mulher que opte por ter uma carreira profissional de sucesso. Considero que a chave é a realização – uma mulher realizada e segura do seu valor será sempre uma mulher inspiradora”.
