Justiça

“A advocacia é uma profissão dinâmica e desafiadora”

Com escritório próprio desde 2005, Carlos Pires tem-se distinguido na assessoria jurídica a empresas nacionais e internacionais. Em entrevista à IN Corporate Magazine, reflete sobre o papel social do advogado, a aposta numa advocacia personalizada e os bloqueios que persistem no sistema judicial.

Para começarmos, pedia-lhe que nos falasse sobre o seu percurso profissional até à atualidade.

Após concluir a licenciatura em Direito, na Católica de Lisboa, iniciei o meu percurso na advocacia, em escritório de familiares, em Braga. A par, assumi a Direção Jurídica de Grupo empresarial, que me proporcionou a especialização em Direito Empresarial, com especial enfoque em Comercial, Societário, Laboral e Contencioso, experiência que me permitiu consolidar competências em assessoria dos negócios e resolução de conflitos. Em 2005, fundei o meu próprio escritório, centrado na prestação de serviços jurídicos personalizados, sendo a nossa clientela composta, maioritariamente, por empresas, sediadas em todo o país, incluindo, cada vez mais, clientes internacionais. Colaboro ainda com associações profissionais e instituições de ensino, procurando contribuir para a formação de novos advogados e para o fortalecimento da classe.

O que mais lhe desperta interesse na advocacia, que o faz estar em várias frentes relacionadas com a área?

A advocacia é, por essência, uma profissão dinâmica e desafiadora. O que mais me atrai é a possibilidade de fazer a diferença na vida das pessoas e das organizações, proporcionando soluções jurídicas eficazes e inovadoras. A multiplicidade de áreas em que a advocacia se desdobra permite o contacto com realidades distintas, o que enriquece a nossa visão do mundo e fortalece a nossa capacidade de adaptação. Além disso, motiva-me acreditar que a advocacia é também um instrumento de justiça social.

Certamente também haverá aspetos na advocacia que o dececionam e desmotivam…

Apesar do esforço realizado nos últimos anos na digitalização dos processos, a morosidade e a burocratização da Justiça, sobretudo da jurisdição administrativa, continuam a constituir fonte de grande desgaste, para advogados e clientes. Ainda, não obstante a integração de plataformas digitais, a falta de resposta atempada de muitos serviços estaduais (v.g. os Registos, a AIMA – a quem compete a gestão da imigração). A criação de protocolos específicos, como a Via Verde para profissionais forenses, poderia reduzir significativamente os tempos de resposta.

Qual o papel de um advogado na sociedade? Na sua opinião, faz sentido celebrar o Dia do Advogado?

O advogado desempenha um papel fundamental na salvaguarda dos direitos e garantias dos cidadãos, funcionando como um verdadeiro intermediário entre a justiça e a sociedade. Celebrar o Dia do Advogado é uma forma de reconhecer a importância desta profissão na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. É uma oportunidade para refletir sobre os desafios enfrentados pelos advogados no exercício da sua função, destacando o esforço diário daqueles que, muitas vezes, enfrentam obstáculos e pressões para garantir que a lei seja respeitada e que a justiça prevaleça. É, por fim, um tributo à dedicação, à resiliência e ao compromisso ético que caraterizam a profissão.

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CARLOS.PIRES-5409P@ADV.OA.PT