Justiça

“A sensação de fazer a diferença na vida das pessoas é extraordinária”

Conciliar o rigor técnico com a sensibilidade humana é, segundo Marivalda Costa Gonçalves, uma das exigências fundamentais da profissão de Solicitadora. Em entrevista, sublinha a responsabilidade social da profissão e reafirma o compromisso com a integridade. Apela ainda para um maior reconhecimento do setor, através de campanhas educativas, fóruns ou debates centrados no acesso à Justiça.

Ao longo da sua trajetória profissional, houve certamente momentos em que sentiu, de forma particular, o impacto do seu trabalho na vida das pessoas. Poderia partilhar uma experiência marcante que simbolize, para si, o orgulho de exercer a profissão de Solicitadora?

É quase impossível descrever apenas uma experiência. Mas houve um caso, recentemente, em que o que mais me marcou foi ouvir a cliente dizer: “Por onde passei, disseram-me que eu não conseguiria resolver”. A sensação de dever cumprido, assim como a possibilidade de contribuir fazendo a diferença na vida das pessoas, é extraordinária.

A prática diária do Direito implica, muitas vezes, lidar com situações de grande delicadeza pessoal e emocional. Como equilibra a exigência técnica da profissão com a dimensão humana que acompanha frequentemente cada processo?

Este equilíbrio, entre os dois lados, é alcançado com conhecimento e sensibilidade. A exigência técnica da profissão requer domínio e conhecimento da legislação, já a dimensão humana apela à nossa sensibilidade e empatia. Cada processo carrega uma história. A forma como lidamos com cada um deles pode impactar profundamente cada uma das partes envolvidas.

Que competências considera indispensáveis para o exercício rigoroso e ético da profissão?

Para o exercício rigoroso e ético da profissão, o Solicitador deve ter domínio das ferramentas técnicas e pessoais que possui. Estar sempre informado, atualizado dentro da sua área de especialização e acompanhar o desenvolvimento tecnológico. Deve ter ética profissional, agir com integridade, verdade e responsabilidade.

Apesar do papel estrutural que o Solicitador ocupa na vida jurídica e administrativa do país, muitas vezes o seu trabalho não recebe o reconhecimento devido. Que tipo de valorização ainda falta alcançar por parte da sociedade e das instituições?

A valorização do Solicitador, por parte da sociedade e das instituições, começa por reconhecer a sua identidade. Em Portugal, o Solicitador como profissional do Direito, ainda enfrenta obstáculos e é necessário a criação de medidas que visam a promoção e valorização do Solicitador, como por exemplo campanhas educativas, fóruns e discussões e debates para uma maior valorização.

Face às mudanças tecnológicas, legislativas e sociais, como antevê a evolução do papel do Solicitador nos próximos anos? Quais serão, a seu ver, os maiores desafios e oportunidades?

É crucial olhar para estas mudanças com esperança. Acredito que a adaptabilidade a novas tecnologias pode ser vista como um dos maiores desafios, mas ao mesmo tempo, pode gerar grandes oportunidades, podendo ter mais visibilidade enquanto profissional, expandir para o mundo do digital implementando novos serviços, tendo acesso a novas e melhores ferramentas e tecnologias, oferecendo um melhor serviço.

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