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“O Fado é tão só a música mais bonita do mundo”

As palavras são da eterna rainha da pop, durante o seu último concerto no Coliseu dos Recreios, no passado dia 12 de janeiro. Uma confessa apaixonada por Portugal e por Lisboa, Madonna homenageou nessa noite o Fado ao cantar “Fado pechincha”, acompanhada por Gaspar Varela.

O guitarrista que acompanha Madonna na sua tour é bisneto de Celeste Rodrigues, irmã de Amália Rodrigues, e aprendeu a guitarra portuguesa para poder acompanhar a bisavó. Pouco depois de se ter mudado para Portugal, Madonna teve a oportunidade de ouvir Celeste Rodrigues cantar e chegou mesmo a partilhar um tema com ela. Neste concerto, Madonna estava “feliz” porque “nos espetáculos que deu nos EUA, tinha de estar sempre a explicar o que era o fado e agora, finalmente, em Portugal, todos sabem o que é”.

Com uma história que remonta aos contextos populares da Lisboa oitocentista, o Fado é, de forma inegável, parte integrante das tradições dos portugueses. Depois de um período menos áureo, em que o Fado andou meio escondido, é em 2011, com a distinção de Património Imaterial da Humanidade, que volta às luzes da ribalta e reconquista o orgulho português. Numa cerimónia em Bali, na Indonésia, depois de anunciada a distinção, António Costa homenageou todos os fadistas e todos os portugueses ao colocar “Estranha Forma de Vida” a tocar no seu telemóvel, junto ao microfone, num momento que dificilmente será esquecido.

Oito anos depois da distinção, o Fado é cada vez mais uma marca do nosso país. As casas de Fado de Lisboa são todos os dias visitadas por diversos portugueses, mas também por cada vez mais estrangeiros que se deixam cativar por esta nossa música. De um roteiro imperdível fazem parte casas como Adega Machado, Café Luso, Clube de Fado, ou Mesa de Frades, onde além de se comer e beber bem, como convém por Lisboa, se ouve Fado, do mais típico e tradicional, num silencio mágico e absoluto.

Também o Museu do Fado, aberto desde 1998 e localizado frente ao recente Terminal de Cruzeiros de Lisboa é paragem obrigatória para quem quer saber mais sobre este património. Num “acervo único no mundo, o Museu incorpora coleções de fotografias, periódicos, cartazes, partituras, instrumentos musicais, trajes e adereços de atuação, trofeus ou documentação profissional”, que são a conservação máxima das memórias da comunidade artística deste mundo que é o Fado.