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Cascais mais solidário e mais inclusivo

Entrega da bandeira de ‘Autarquia Familiarmente Responsável’ (Coimbra, 2017)

O Município de Cascais foi distinguido, pelo décimo ano consecutivo, como “Autarquia Familiarmente Responsável”. Num ano especialmente difícil para as famílias, a Câmara Municipal de Cascais reforçou a sua presença junto dos seus, traçando um caminho que visa reduzir as diferenças sociais.

O Município de Cascais mantém-se na linha da frente na implementação de políticas amigas das famílias, que têm vindo a ser reforçadas face às dificuldades e desafios colocados pela situação pandémica que o mundo atravessa e que exige uma intervenção particularmente atenta por parte das autarquias locais. Frederico Pinho de Almeida, vereador da habitação, ação social e educação, falou à IN sobre vários projetos que levaram o Município a receber esta distinção pelo décimo ano consecutivo.

“Este é um prémio que resulta do trabalho da rede social do concelho de Cascais”, começa por nos referir o vereador. Certo é que a Câmara de Cascais tem desenvolvido diversos projetos direcionados ao apoio social, mas não só. Também na educação e saúde são vários os parceiros que em rede, desenvolvem em conjunto com o município iniciativas que valorizam o núcleo estrutural de qualquer sociedade: a família. Entre os vários apoios, damos destaque a alguns dos mais relevantes.

O programa “Bolsas Sociais em creches e jardins de infância da rede privada” é uma iniciativa pioneira e inovadora, que contribui para a construção de um Concelho mais coeso e inclusivo. São mais de 70 crianças provenientes de famílias de baixos recursos, sem colocação na Rede Pública e Solidária que, através destas bolsas, garantem o acesso às respostas de Creche e Jardim de Infância, fundamentais para um percurso socioeducativo mais adequado. Ainda nos mais jovens destaca-se o ‘Banco do Bebé’, uma iniciativa que fornece produtos de primeira necessidade a mais de 150 bebés.

No que diz respeito às famílias, os projetos são mais de duas dezenas. Entre eles está o apoio alimentar e de prestações pecuniárias (despesas como rendas, contas da água, luz e gás, entre outras), através do programa ‘Cascais + Solidário’. Em média são apoiadas 3.000 famílias por ano, um esforço que é partilhado com 30 instituições sociais do concelho. Já no contexto de pandemia foram criados os ‘Cartões + Solidários’, em parceria com o Lidl, o Pingo Doce e o Continente, que consiste na aquisição e distribuição de vales de compras a mais de 1000 famílias do Concelho, num valor global de 450.000€ (300.000€ investimento da autarquia e 150.000€ dos parceiros). No contexto familiar existem ainda apoios na comparticipação de medicamentos, entre outros esforços prestados a quem mais precisa.

Nos seniores os programas englobam vários contextos. Os 30 centros de convívio acolhem mais de 2600 pessoas que diariamente convivem e realizam atividades que previnem o isolamento que vão desde a atividade física passando pela aprendizagem – da culinária à tecnologia, entre outras. Existem ainda programas de hidroterapia e de caminhadas lúdicas, onde os participantes são acompanhados por especialistas que durante o percurso partilham vários temas. Durante a pandemia foi criada em parceria com a “Delegação da Costa do Estoril da Cruz Vermelha”, um projeto de empreendedorismo social, dirigido a todos os idosos do Concelho de Cascais – a Academia Digital, que permite, através do recurso às novas tecnologias, estimular a interação digital, minimizar o isolamento social e integrar ferramentas que possibilitem a comunicação.

Frederico Pinho de Almeida, Vereador da Ação Social, Habitação e Educação

Existem ainda os apoios à saúde mental, um problema que Frederico Pinho de Almeida sinaliza como um dos mais preocupantes. Neste enquadramento existe acompanhamento psicológico – gratuito para os jovens até aos 30 anos -, terapias de família e terapias da fala, um trabalho também articulado em conjunto com as escolas.

Recentemente foi ainda construído um centro de recursos para a intervenção de pessoas em situação de sem abrigo, com capacidade para 45 utentes, que oferece às pessoas em emergência social, um local onde podem pernoitar com dignidade e apoio em várias vertentes da vida.

De realçar ainda o apoio à deficiência através de vários programas e da construção de dois complexos de Lar Residencial e centro de atividades ocupacionais do Centro Reabilitação e Integração de Deficientes (geridos pela CERCICA e pelo CRID).

Apesar de uma grande rede de apoio social, Frederico Pinho de Almeida sublinha que “há ainda muito a fazer” e que este reconhecimento “traz mais responsabilidades, e temos que continuar com todo o empenho e dedicação à causa pública a inovar e procurando antecipar os problemas estando sempre um passo mais à frente para chegar a mais pessoas”.