Querer ter o próprio negócio numa área onde os homens ainda são predominantes foi o que motivou Ângela Sousa a fundar, em 2016, a Esquadria Estável. Esta empresa, sediada em Évora, demonstra uma notável versatilidade, uma vez que não só constrói, reabilita, compra e vende imóveis, como também aluga maquinaria.
Ângela Sousa estudou Gestão na Universidade de Évora e começou por desempenhar funções nos setores administrativo e financeiro da própria instituição. Posteriormente, foi Consultora Financeira e Gestora de Equipas numa empresa de intermediação de crédito, formadora na área em que se instruiu e também Gestora de Recursos Humanos e de Serviços Administrativos num hotel.
Em 2016 decidiu dar asas à vontade que sentia de ter um negócio próprio, num setor onde a presença do sexo masculino é preponderante, como é o caso da construção civil, e fundou a Esquadria Estável. A grande inspiração de Ângela Sousa para dar este passo foi o marido, que exerce na área há já mais de 25 anos. “Enfatizo a importância dele no sucesso da empresa/meu sucesso. Destaco sempre a contribuição e o apoio que me tem dado ao longo da minha jornada enquanto empreendedora”.
O que mais lhe desperta interesse e a fez investir numa empresa do setor da construção, em particular, foi o facto de nunca existir uma obra igual à outra e de se cruzar sempre com clientes diferentes, “o que torna esta área bastante diversificada e nada monótona”. Porém, não deixa de realçar o contentamento que lhe dá acompanhar a obra do início ao fim, bem como a satisfação do cliente, quer numa construção de raiz, quer numa remodelação, por mais simples que seja.
A versatilidade e a prosperidade de uma ‘jovem empresa’
A Esquadria Estável, que se localiza em Évora, manifesta uma evidente multifuncionalidade ao envolver-se em atividades que abrangem desde a construção e reabilitação de imóveis até ao aluguer de máquinas e à compra e venda de propriedades. Apesar de ser recente no mercado, a empresa conta “com uma vasta experiência” na execução de obras públicas e privadas, “destacando-se pela adoção de uma postura vanguardista, no que concerne à utilização de tecnologias e equipamentos de ponta. Esta aposta contínua na inovação é um testemunho do empenho da Esquadria Estável em proporcionar um serviço de excelência aos seus clientes”.
Se quando iniciou funções a empresa tinha, somente, quatro colaboradores, atualmente, emprega 26 funcionários. Segundo a CEO, o que leva a Esquadria Estável a distinguir-se de outras empresas do ramo é o facto de a conduta de todos os que nela atuam se guiar pelos valores que servem de alicerce à estrutura: a honestidade, a integridade e a lealdade. “A partir daqui, torna-se mais fácil fazer cumprir a nossa missão de realizar os sonhos dos clientes e satisfazer as necessidades deles, com base na qualidade e no atendimento personalizado”.
A empresa de Ângela Sousa conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o certificado “TOP 5% Melhores PME Portugal”, concedido pela Scoring. Esta distinção foi recebida “com uma enorme satisfação” por toda a equipa pois viram o esforço, o empenho, a estratégia, a gestão e a dedicação serem reconhecidos. “Sendo esta uma empresa jovem que tem vindo a crescer, sabemos que para alcançar o sucesso é fundamental uma solidez financeira e são distinções como esta, baseadas no mérito, que nos permitem reforçar a motivação e a confiança do nosso trabalho junto do mercado e progredir no bom desempenho empresarial”.
É por motivos como este, fruto de um “trabalho diário e árduo”, que o balanço da conduta da Esquadria Estável é positivo. “Tenho tido uma equipa fantástica, em termos de funcionários, fornecedores e parceiros financeiros, que tem feito com que, todos juntos, consigamos alcançar o patamar em que estamos hoje”.
Relativamente ao futuro profissional, as expectativas da CEO são positivas, “iguais ou melhores que em 2023”, tendo em conta as obras a decorrer, que transitaram do ano passado para este, as que estão em carteira, o volume de pedidos de orçamentos que já têm desde o início deste ano e os contratos em carteira até 2027.
A visão de uma empreendedora de sucesso
Na opinião de Ângela Sousa, a desigualdade de género, ainda bastante evidente na sociedade, só vai diminuir para percentagens insignificantes quando a mentalidade das pessoas for educada para tal desde “tenra idade”.
Se esta disparidade acaba por ser mais evidente em determinados setores, no da construção civil ser uma mulher a CEO da empresa “é desafiante em vários aspetos. Isto porque é uma profissão ainda com um olhar bastante masculino, que resulta, por vezes, na subestimação das capacidades da mulher”. Contudo, segundo a própria, nos últimos anos, ainda que de forma gradual, tem-se vindo a notar uma evolução positiva e há cada vez mais mulheres em lugares de destaque nas empresas em que operam. “Assim se espera que continue no futuro”.
Enquanto empreendedora de sucesso, de forma a motivar outras mulheres a seguirem os próprios sonhos, Ângela Sousa afirma que o mais difícil passa por decidir o que escolher para o futuro. A partir daqui é seguir em frente e não desistir perante os desafios. É ver neles uma motivação para continuar, uma oportunidade para fazer a diferença, considerando sempre que vão existir obstáculos no caminho. “A persistência será sempre um dos nossos melhores aliados”.