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Obra Social Padre Miguel pretende criar Centro de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental para Bragança

Vista aérea da Obra Social Padre Miguel e do Castelo de Bragança

Trata-se de uma unidade que terá a capacidade máxima permitida por lei para 24 utentes, em regime de permanência. A conceção deste centro de demências, elaborada em conformidade com a última legislação em vigor, será pioneira no distrito e talvez até a nível nacional, localizando-se em frente às atuais instalações num terreno propriedade da Obra Social Padre Miguel.

Serão 22 quartos individuais e dois quartos duplos, todos com instalação sanitária própria. Os espaços transmitem o caráter familiar da ideia de Casa, contrariando o arquétipo do equipamento de apoio social. A área total de construção demonstra a dimensão do projeto: 1.414 m2.

A ideia partiu da Direção da Obra Social Padre Miguel (OSPM) e foi projetada pelos arquitetos brigantinos Vasco Melo e Inês Doutel, na sequência dos convites efetuados a três gabinetes de arquitetura do país.

Maquete do Centro de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental para Bragança
Maquete do Centro de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental para Bragança

Estamos a falar de uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental que respeitará as exigências estabelecidas pela Portaria n.º 68/2017, do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Saúde, prevendo-se a sua submissão brevemente à autarquia de Bragança para efeitos de aprovação.

O crescimento exponencial de casos de demência transversal a toda a sociedade portuguesa justifica esta necessidade. E quando estamos a falar de pessoas com demência, estamos a falar de cuidados específicos a nível de instalações, como por exemplo o facto de só poder ter um piso térreo. O novo centro terá uma passagem aérea que o ligará às restantes instalações da Obra Social, bem como aos espaços verdes já existentes.

Este projeto não é o único da OSPM em fase de aprovação. A atual direção, presidida por Manuel Pereira, na tomada de posse para o quadriénio 2016/2019, tinha como objetivo principal consolidar a sustentabilidade financeira da instituição, com vista a proporcionar as melhores condições possíveis no atendimento a mais de 300 utentes e, simultaneamente, contribuir para que todos os trabalhadores sentissem uma motivação especial para ‘acarinhar’ aqueles que mais necessitam.

Vista aérea da Obra Social Padre Miguel, em Bragança

Passados que estão quatro anos, a sustentabilidade foi alcançada, a taxa de ocupação de utentes atingiu os 100 por cento e os trabalhadores – que já ultrapassam mais de uma centena – encontram-se todos com contrato sem termo, situação que contribui para a estabilização emocional daqueles que têm responsabilidades acrescidas no desempenho das suas importantes tarefas profissionais.

Atingidos que foram os pressupostos iniciais e, considerando que o setor social contribui para a coesão e combate do desemprego, bem como a exclusão social entre os grupos mais vulneráveis, considerando ainda as necessidades cada vez mais prementes no acolhimento das pessoas mais necessitadas; no corrente ano, a direção decidiu pensar no futuro da instituição decidindo abrir concurso para a elaboração do projeto de arquitetura com vista a criar possibilidade para o acréscimo de um piso nos atuais centros social e residencial, encontrando-se neste momento em fase de aprovação por parte da Câmara Municipal de Bragança.

Projeto de ampliação da Obra Social Padre Miguel
Em cima: Projeto de ampliação do Centro Social. Em baixo: Projeto de ampliação do Centro Residencial

A par do novo centro de demências, estas novas estruturas sociais voltadas para a prática da solidariedade e da justiça social foram projetadas para um lapso de tempo alargado, que poderão ascender a um custo final de cerca de 4 milhões de euros, as quais só serão exequíveis com apoio estatal, da Câmara de Bragança e de eventuais donativos ao abrigo da Lei do Mecenato.

Os atuais órgãos sociais da Obra Social Padre Miguel e outros que se seguirão não se pouparão a esforços, no sentido de continuar a dotar a cidade de Bragança de estruturas sociais dignas no contexto nacional, tal como acontece com os atuais centros social e residencial e ainda creche, com o seu invejável espaço verde circundante, contribuindo assim para o acolhimento dos que não possuem retaguarda familiar e, fundamentalmente, para a correção das assimetrias nacionais no sentido de dar força à tão propalada discriminação positiva do interior.

Direção da Obra Social Padre Miguel, em Bragança
Da esq. para a dir.: Valério Fernandes; Octávio Borges; Jorge Carneiro; Manuel Pereira (presidente); Alcídio Lopes; João Pedro; João Rodrigues