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Mosaico romano é mote para agenda de Turismo Criativo na Região Centro e da cooperação transfronteiriça

O mosaico romano, preservado em algumas das ruínas romanas da Região Centro, está no epicentro da Mosaicolab, uma associação sem fins lucrativos que desenvolveu um projeto-piloto enquadrado no CREATOUR – um projeto que veio promover estratégias de desenvolvimento sustentável em pequenas cidades e áreas rurais através do Turismo Criativo.

De entre os vários projetos que o CREATOUR apoiou e acompanhou, a Mosaicolab concebeu a iniciativa de transformar o mosaico romano em um “agente vivo”, de modo a poder ser uma alavanca para o desejado desenvolvimento sustentável no eixo composto pelas Ruínas Romanas de Conímbriga – Monumento Nacional (Condeixa-a-Velha; Condeixa-a-Nova), pela Villa Romana do Rabaçal (Penela) e pelo Complexo Monumental de Santiago da Guarda (Ansião). Humberto Figueiredo, doutorado em Belas-Artes pela Universidade Complutense de Madrid e Investigador, é o coordenador do projeto da Mosaicolab e acredita no potencial do Turismo Criativo alicerçado no Património de Mosaico romano. “O mosaico romano é um universo cultural, estético e artístico. Nos pavimentos de mosaico podemos observar aspetos diversos da cultura de então, quer da literatura, da religião, dos costumes e dos hábitos do quotidiano, entre outros, assim como compreender a presença de formas e de influências criativas que é possível verificar ao longo dos vários séculos.”

Segundo o coordenador do projeto, a Mosaicolab desenvolve os seus programas de ação pensando na promoção de novas oportunidades e no desenvolvimento económico local da região em redor de Conímbriga e em ligação com o eixo geográfico implicado. O Mosaico romano não é exceção. “O objetivo foi chamar a atenção e trazer um valor acrescentado para este Património, que se situa em localidades de pequena dimensão e com tendência a perder população e serviços”, explica. “Percebemos que não bastava a mera interpretação histórica e que haveria que lançar outras linhas de ação, como a atualização da herança cultural do Mosaico através da criatividade.”

Este projeto é também usado como mote para a cooperação transfronteiriça. Segundo Humberto Figueiredo, o projeto de Turismo Criativo tem contado, desde o início, com a colaboração da “Escuela de Arte y Superior de Diseño de Mérida”, de Espanha. “Professores da Escola de Mérida e responsáveis pelo Património na Comunidade da Extremadura puderam participar em atividades educativas, workshops e seminários, quer no contexto de iniciativas integradas em Jornadas Europeias do Património, realizadas no Museu Monográfico de Conímbriga – Museu Nacional, quer em outras atividades levadas a cabo no seio do projeto.” Por sua vez, os alunos da Escola de Mérida passaram a deslocar-se ao território abarcado pelo projeto com o intuito de criar um novo património de Mosaico, segundo a linguagem plástica e a sensibilidade da atualidade.

Para Humberto Figueiredo, “além do Património antigo que existe, pode criar-se novo Património, mais atualizado e que promova a visita e o desenvolvimento sustentável neste território”.