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CHEP: um conceito diferenciador de pooling nas cadeias de abastecimento

A CHEP é uma empresa australiana que opera em Portugal desde 1993 e que desenvolveu um sistema de pooling de paletes. Em entrevista a Ana Paula Sardinha, Country Manager da empresa, ficamos a perceber que a sustentabilidade, a segurança e a eficiência são só alguns dos fatores que diferenciam esta multinacional das concorrentes.

A sustentabilidade, a equidade, a transparência e a vontade de criar parcerias que permitam maior eficiência aos negócios dos clientes e parceiros são os principais valores que servem de alicerce à estrutura da CHEP.

Enquanto promotora de um sistema de pooling de paletes, esta multinacional concilia duas premissas essenciais para o seu negócio: minimizar o impacto no planeta e melhorar a eficiência e a segurança das cadeias de abastecimento. O modelo de negócio desta empresa com sede na Austrália baseia-se nos princípios da economia circular, uma vez que as paletes e os contentores são partilhados e reutilizados por produtores e distribuidores ao longo da cadeia de abastecimento, “o que faz com que seja um dos modelos logísticos mais sustentáveis e eficientes”.

A missão desta multinacional passa, acima de tudo, por encontrar novas formas de partilha e de colaboração, eliminar resíduos e quilómetros vazios, reduzir os custos e a complexidade, bem como acelerar cada segmento da componente logística. “A escala, rede e abordagem 360 com que trabalhamos permite-nos criar diversas eficiências e oportunidades que se materializam em – e através de – cada cadeia de abastecimento”, refere Ana Paula Sardinha.

A chegada da CHEP a Portugal

Em 1993, a CHEP destacou-se ao implementar o primeiro Centro de Serviços em Portugal, estabelecendo um novo conceito de pooling nas cadeias de abastecimento em território nacional. Para além da qualidade dos serviços, a empresa facilitou a otimização das operações logísticas e de transporte e, consequentemente, a redução de custos ao longo da cadeia de abastecimento. “Este fator permitiu que, em 1995, alcançássemos o ISO 9001. Anos mais tarde, em 2005, arrancou a Central Teleservice para a Europa, a partir de Lisboa, o que nos ajudou a posicionar o país e as suas pessoas, bem como os seus conhecimentos face ao mercado europeu”. Atualmente, a empresa conta com mais de 650 clientes em Portugal e assegura a cobertura do mercado nacional através de 11 Centros de Serviços, distribuídos geograficamente de forma estratégica, situando-se junto aos principais polos industriais e às centrais de grande distribuição. O objetivo é reduzir as distâncias e os tempos, garantindo a maior proximidade aos vários interlocutores das cadeias de abastecimento.

Os clientes da CHEP Portugal pertencem, maioritariamente, ao setor de Fast-Moving Consumer Goods (FMCG). Para a Country Manager, “todas as empresas são importantes e merecedoras da nossa atenção e colaboração, desde as empresas familiares às multinacionais que todos conhecemos”.

Relativamente a produtos e serviços, a CHEP Portugal disponibiliza soluções para matérias-primas, que consistem em paletes de plástico de várias dimensões, soluções-padrão para produzir, armazenar, exportar e transportar mercadorias, tais como a conhecida euro-palete, palete UK e palete americana, assim como soluções para loja, com o objetivo de facilitar a exposição de produtos e marcas e a reposição de mercadorias. “Nos nossos produtos, a madeira utilizada é 100% certificada pelo FSC® ou PEFC™ e está em conformidade com a norma ISO 14044”, reforça Ana Paula Sardinha.

A par das paletes azuis, próprias para circuito de pooling, a multinacional detém uma posição única enquanto parceiro neutro, o que permite oferecer outros serviços que vão para além do conceito base.

“É essencial para nós trabalhar na melhoria continua dos nossos produtos e serviços de modo a ajudarmos os nossos clientes no seu crescimento sustentável e expansão geográfica, tornando a nossa economia mais forte, resiliente e atrativa ao investimento”.

A sustentabilidade enquanto pilar da CHEP

O modelo de negócios da CHEP é intrinsecamente sustentável, simples e com uma taxa de desperdício reduzida (quase nula). “Na nossa atividade, procuramos fazer um uso eficiente dos recursos e minimizar, sempre que possível, as emissões de carbono – algo que é alcançado, por exemplo, através da reutilização e reciclagem de paletes e a otimização das rotas de transporte para reduzir quilómetros em vazio”. O programa “Carbon Neutral” é uma das materializações desta intenção em ajudar parceiros e clientes a tornarem-se mais sustentáveis. Ainda a respeito deste ponto, a empresa implementa várias práticas, como a contribuição positiva para a sociedade através do apoio a projetos locais ou a preocupação com o impacto positivo da recolha de matérias-primas, com foco na regeneração, que se traduz, a título de exemplo, num maior número de árvores plantadas face às abatidas para a conceção dos produtos.

A ambição da CHEP Portugal é ser pioneira e líder em cadeias de abastecimento regenerativas com base na partilha, reutilização, resiliência e regeneração. “Para 2025, os nossos objetivos de sustentabilidade são exigentes e têm como base três pilares: Planeta Positivo, Negócios Positivos e Comunidades Positivas, onde aplicamos grande parte dos ODS da ONU”. Uma das metas a alcançar até 2025 é utilizar 100% de eletricidade renovável. Já para 2030, querem atingir 42% de redução nos âmbitos 1&2 (frota e combustível/eletricidade no local) e 17% no âmbito 3 (resíduos, 3PLs, bens de equipamento e logística). Para 2040, o Grupo Brambles (que detém a CHEP) compromete-se a atingir emissões líquidas zero. “Queremos trabalhar no sentido de atingir 1,5ºC de futuro climático – alinhado com o Acordo Climático de Paris”.