António Costa Silva lançou, neste mês de fevereiro, “Governar no Século XXI: Desafios, Soluções, Liderança”. O ex-ministro da Economia e do Mar escreve sobre as experiências de âmbito governativo e empresarial, numa abordagem que pretende ser construtiva.
Em “Governar no Século XXI: Desafios, Soluções, Liderança”, António Costa Silva, para além de um balanço sobre a experiência política que teve, reflete sobre o que é liderar e governar no século XXI, num cenário de crescente complexidade social, de luta contra o simplismo populista e de necessidade de encontrar respostas e soluções para os problemas das pessoas.
“O que esta obra traz é uma reflexão sobre essa experiência, é uma devolução ao país do que aprendi, do que vi, do que observei e do que fiz. É a prestação de contas como cidadão que, durante algum tempo, teve a oportunidade de exercer funções políticas e de se confrontar com a dificuldade de ser político”, afirma o ex-professor universitário.
Tendo como ponto de partida o seu trabalho na preparação da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, que se traduziria no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que está em execução, o autor questiona práticas e processos instituídos, partilha casos de sucesso e propõe alternativas para tornar a Administração e o Estado mais eficazes. Do mesmo modo, descreve os desafios enfrentados na formulação, execução e avaliação das políticas públicas em Portugal na área económica e que, consequentemente, se colocam à governação e à liderança.
“O foco do livro está no balanço da minha experiência governativa, no funcionamento da Administração Pública, nos princípios de gestão em que assenta, nas fragilidades que revela em termos de agilidade e flexibilidade para responder às exigências de um mundo cada vez mais veloz, nos desafios da execução das políticas públicas e dos projetos, na cultura instalada”.
Nesta obra, António Costa Siva deixa ainda um repto: “liderar e governar no século XXI fazendo acreditar”, pois só construindo a confiança, demolindo mitos instalados e contrariando o negativismo que nos carateriza conseguiremos agir coletivamente, promover a capacidade de diálogo e de cooperação entre cidadãos, empresas, associações, universidades, cientistas, centros tecnológicos e construir um país com menos ‘eus’ e mais ‘nós’, capaz de assumir o compromisso fundamental para transformar o país.
Com uma experiência de mais de três décadas no meio empresarial, o também engenheiro traça várias considerações sobre a gestão do Estado. António Costa Silva afirma que “gerir uma empresa é diferente de gerir a Administração Pública” e rejeita a ideia “de que o que se faz nas empresas é bom e o que se faz no Estado não é”, por não traduzir a realidade.
Lembra que o primeiro convite surgiu em plena pandemia de COVID-19 e que o Governo que integrou tomou posse logo após o início da guerra na Ucrânia, dois acontecimentos que viriam a mudar o panorama internacional e, por consequência, o nacional.
Ao longo de sete capítulos e mais de 300 páginas, o autor propõe-se a vários objetivos e reflexões, reservando a última parte do livro para escrever sobre o futuro.