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Portugal dez anos depois – um país mais velho e com mais estrangeiros

Os CENSOS – Recenseamentos da População e da Habitação – são as maiores operações estatísticas realizadas em qualquer país do mundo. Com o objetivo de recolher informação sobre toda a população residente, as famílias e o parque habitacional, este estudo realiza-se de dez em dez anos, em Portugal. No mês passado, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou os Resultados Definitivos do XVI Recenseamento Geral da População e do VI Recenseamento Geral da Habitação – Censos 2021.

De acordo com os resultados divulgados pelo INE, à data do momento censitário, 19 de abril de 2021, residiam em Portugal 10 343 066 pessoas, das quais 5 422 846 eram mulheres e 4 920 220 eram homens. Ora, comparativamente com 2011, o país registou um decréscimo populacional de 2,1%, que se traduz numa inversão na tendência de crescimento da população que se vinha a verificar nas últimas décadas. Tal resultado fez com que, nos últimos dez anos, se acentuassem os desequilíbrios na distribuição populacional pelo território, levando a região do Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa a registarem um crescimento de 3,6% e de 1,7%, respetivamente, e as restantes regiões do país a sofrerem um decréscimo.

A redução do número de nascimentos, aliada a uma maior longevidade, provocou um agravamento do fenómeno de envelhecimento da população, com o expressivo aumento do número de idosos e, no sentido inverso, com a notória diminuição daqueles que ocupam a base da pirâmide etária, os jovens. Com base nos Censos 2021, relativamente às categorias do estado civil, 43,5% da população residente em Portugal era solteira, 41% era casada, 8% divorciada e 7,5% viúva. Face a isto, é possível concluir que as alterações mais significativas estão patentes na perda de importância relativa da população casada, em 2,1 pontos percentuais, e no aumento da população divorciada, em 2,0 pontos percentuais.

Também, o número de pessoas a viver em união de facto apresentou um reforço de 38,2% face a 2011, atingindo o valor de 1 008 604. A percentagem da população em união de facto, no ano de 2011, era de 8,1%. Passados dez anos era de 11,2%. A população de nacionalidade estrangeira seguiu a tendência e, à data da realização deste estudo, residiam em Portugal 542 314 pessoas estrangeiras que, traduzidas em percentagem, representavam 5,2% do total da população, um valor superior aos 3,7% registados em 2011.

Relativamente ao nível de escolarização, na última década, aumentou de forma expressiva. Se em 2011 a população com ensino superior era de 13,9%, em 2021 este valor rondava os 19,8%, o que correspondia a 1 782 888 indivíduos. Já a população com ensino secundário e pós-secundário passou de 16,7% para 24,7%.